sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Velhas Crianças




Bem vinda ao meu amanhecer de domingo, todas as preocupações se perderam com a bebedeira da madrugada anterior, hoje, só somos eu e você, um garoto e uma garota, vestidos de adultos, mas naquela idade onde achamos que tudo dará certo de uma forma extremamente fácil. Algumas coisas ficaram na porta, talvez sejam nossos medos meu amor, meu violão e sua voz enchem de alegria a nossa sala, me sinto invencível... Estamos cantando sobre a nossa vida. 
Quando seu telefone tocar, não atenda, nosso bolo pode queimar, pois hoje, somos apenas eu e você, correndo de meias, escorregando em pizzas, sendo incríveis com nossas incríveis almofadas de guerra, nossos pijamas que não combinam, e uma ou duas xícaras de chocolate quente, para nós, guerreiros disfarçados em uma sociedade cinza.
 Mesmo que o amanhã seja como o antes de ontem, digo que o hoje, não acabará, só para fazermos mais pasteis, só para voltarmos para a cama, onde somos apenas eu e você.
Ainda prefiro as imagens que guardo no coração, meu Deus, quem convidaremos para o Natal? Acho que apenas aquela sua amiga que sempre esqueço o nome. Talvez até lá mudaremos as cores e os lugares, brincamos de "gente grande" o ano todo, quem disse que não desligarei o telefone esse fim de semana?
Por mais louco e novo que pareça, nos foi oferecido tudo, e apenas ficamos na espreita, agora, é só viver. 
Ensinávamos um velho amigo a sorrir, agora mostramos como se transforma "alegria" em Felicidade...




Dedicado a um velho amigo,  Bruno Guimarães 



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

... Joseph Allan Manson




 A canção dos surdos começa, poucos a ouvem, muitos a sentem, o Tom sustenido lhe deixa mais sombria, até as janelas serem abertas e vermos que o que ela descreve é o que estava lá fora, coberto por nuvens, cinzas, pesadas... 
O Olhar no espelho revela noites de pecados adolescentes, que ninguém ouviu ou viu, uma lembrança que talvez nunca existiu, o cabelo embaralhado como a memória da própria existência, que também se perde entre as fortes dores carnais. Quanto mais alto o pianista prosseguia com sua horrorosa canção, objetos espectrais rodavam em volta de todos ali presente. e a neblina surgia tanto no teatro das sombras quanto nas mentes que se torturavam com o escuro sufocante e gélido. Em leve efeito gravitacional andava entre becos de suas antigas fotos, mas essas malditas realidades cortadas e omitidas, escondiam árvores as quais corpos balançavam com o vento amarrados com cordas que dizem que o próprio demônio fez. 
A velocidade da música aumentava, como um trem desgovernado em direção ao precipício, tão sádico quanto dramático, notas afiadas atravessando tímpanos limpos de qualquer sanidade. O enredo em um todo, é tão macabro, mas ao mesmo tempo tão provável. Algo invisível em todas as rotinas, um medo que só aparece quando a vemos, sim, a ceifadora, ela não deixa ninguém escapar, 
Ao final de tal concerto lírico, pasmados, esquecem aonde estão, esquecem suas crenças, se perguntam quem são e para onde vão, sim, a sanidade os abandonou, agora são corpos que vagam, que seguem a rotina imposta por uma sociedade sem intuitos liberais, apenas vestido com o que mandam, e marcado por números, os malditos números, perseguindo a todos em qualquer esquina, ou beco.
No final, todos estão ali, do outro lado do espelho... Manipulados por uma vida distante da vida real.



.... Joseph Allan Manson 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Contraste do ano anterior (Spartanos)




Jovens velhos mesmo com papeis dizendo ao contrário, lendo sobre vidas de mil anos, pensando em como escrever enquanto vemos a juventude nos abandonar, fotos e lembranças sendo jogadas sem nem ao menos percebermos os traços novos. De onde vem essa vontade de fugir de mim? Por que não pode apenas me proteger como antes? Nossas conversas são de longe as mais aflitas.
Sinto sua falta, eu tinha um espelho até alguns meses, hoje já lhe vejo quebrando os próprios sonhos, não fechando os olhos no escuro, e mais uma vez afundando em seu barco... Que não tem seu nome. Eramos mestres de todos os tons, apesar de crescermos separados nunca houve mentiras, olhar para os lados só nos tira do caminho da frente, sem medos nem segredos, nunca precisamos disso. Hoje tenho o amor mais precioso de todos, estou sorrindo cada dia mais, e também quero te ver assim, lutamos tanto merecemos isso, não pense que a batalha acabou, não caia antes da hora.
Pode parecer meras palavras, mas a cidade continua queimando, com ou sem nós, assim como tenho a estrela que ilumina minhas noites e meus planos, quero que procure forças em mim, observe com atenção, lhe imploro para traçar novas histórias, é algo estranho de se dizer, mas nesse momento me tornei o mais velho, e as areias podem tentar te tirar de mim, mas meu irmão, preste a atenção, e volte para sua moradia, eu e minha amada nos sentiríamos honrados em te ver sorrindo novamente... Verdadeiramente.